A Falta de Educação Financeira e o Sistema que Nos Endivida
Olá, bom dia! Estou aqui, em pleno domingo, refletindo sobre a situação econômica do nosso país — e, ao mesmo tempo, pensando na minha própria realidade. É impressionante como a educação financeira teria feito toda a diferença para mim. Se eu tivesse aprendido, desde cedo, a lidar com o dinheiro de forma consciente, com certeza hoje minha situação seria bem diferente. Mas deixa eu te contar uma coisa: o sistema financeiro no Brasil não foi feito para trabalhar a nosso favor. Somos incentivados a sermos consumistas imediatistas, sem pensar no futuro. A verdade é que, para o sistema, não interessa que a população compreenda essas questões — é mais conveniente que sejamos uma massa de manobra. A chamada "corrida dos ratos" é extremamente útil para manter o sistema capitalista funcionando, mas não deveríamos aceitar trabalhar o mês inteiro para ver nosso salário desaparecer já no segundo dia útil. Bem, vamos aos dados: O Brasil tem um sistema capitalista misto, ou seja: é baseado na livre iniciativa (empresas privadas competem entre si), mas o Estado também participa fortemente da economia — regulando mercados, controlando taxas de juros, gerindo empresas públicas etc. Principais características: Forte regulação estatal em vários setores. Alta carga tributária. Sistema financeiro extremamente lucrativo. População com grande desigualdade de renda. Como o Governo e o Sistema Financeiro Favorecem os Bancos: No Brasil, os bancos são protegidos e privilegiados de várias formas: a) Altas taxas de juros: O Banco Central define a taxa básica de juros da economia (a Selic). Bancos cobram juros absurdamente mais altos em empréstimos, cartão de crédito e cheque especial. Por exemplo: se a Selic é 10% ao ano, o juro do cartão pode ser 300% ao ano (!). b) Segurança Jurídica e Política: O sistema protege os contratos bancários, dificultando calotes e facilitando a execução de dívidas. Planos de governo, independentemente do partido, geralmente preservam os interesses do sistema financeiro (pense nas reformas que sempre cortam gasto social, mas mantêm benefícios para grandes investidores). c) Endividamento estimulado: Facilidade de crédito (cartão, financiamentos, crédito consignado). Publicidade massiva incentivando o consumo e o parcelamento ("Compre agora, pague depois!"). O próprio governo estimula o consumo para movimentar a economia, mas isso muitas vezes gera endividamento sem educação sobre riscos. E eu não vou nem falar da última do governo de "permitir" que o trabalhador CLT pegue empréstimo e a garantia seja o FGTS que é direito do trabalhador, sem comentários. Ausência de Educação Financeira nas Escolas A falta de educação financeira formal gera: População vulnerável: Muitos brasileiros não entendem como funcionam juros compostos, crédito, dívida, investimentos. Resultado: aceitam empréstimos caríssimos, entram no rotativo do cartão sem perceber o tamanho da bomba. Consumo impulsivo: Sem noção clara de orçamento pessoal, reservas de emergência ou investimentos, a maioria é incentivada apenas a gastar, não a poupar. Ciclo de pobreza e endividamento: Dívida gera mais dívida. Pessoa endividada paga juros e deixa de investir ou consumir com qualidade, ficando presa em um ciclo difícil de sair. Em resumo, o sistema: Favorece bancos com margens de lucro altíssimas. Estimula o crédito fácil, mas não educa o consumidor sobre como usá-lo de forma saudável. Garante proteção para o capital financeiro (não necessariamente para o trabalhador comum). Resultado: o brasileiro médio trabalha, paga juros e impostos — mas tem dificuldade em acumular riqueza. 📊 Dados Recentes de Endividamento no Brasil (2025) Mais de 78% das famílias brasileiras estão endividadas - dado aproximado de abril de 2025- Fonte: Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores (PEI) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) Dívidas mais comuns: Cartão de crédito (disparado em 1º lugar). Carnês de lojas. Financiamentos de veículos e imóveis. Crédito pessoal e consignado. Inadimplência (atraso acima de 90 dias): mais de 30% das famílias têm dívidas atrasadas. Ou seja: não é só que muita gente tem dívida — muita gente está devendo e não conseguindo pagar. 💣 Por que o Cartão de Crédito é o maior vilão? É oferecido "gratuitamente" pelas lojas e bancos, mas com juros que podem passar de 300% ao ano. Se a pessoa paga só o "mínimo" da fatura, entra no rotativo, uma das dívidas mais caras do mundo! Exemplo real: Se você dever R$1.000 no cartão e pagar só o mínimo, pode terminar devendo mais de R$4.000 em 1 ano. 🛠️ Como Sair da Armadilha na Prática Vou listar passos bem diretos: 1. Conhecer a própria realidade financeira: Saber quanto ganha e quanto gasta. Fazer uma lista de todas as dívidas, com valores e taxas de juros. 2. Priorizar dívidas mais caras: Sempre focar primeiro nas dívidas com os juros mais altos (geralmente cartão de crédito e cheque especial). 3. Negociar com bancos: Bancos preferem receber algo a perder tudo. Dá para negociar reduções de juros e parcelamentos. 4. Evitar novas dívidas: Evitar o parcelamento sem necessidade. Não usar crédito como extensão da renda. 5. Construir uma reserva: Mesmo que seja R$20, R$50 por mês, criar o hábito de guardar dinheiro para emergências. 6. Se educar financeiramente: Ler sobre finanças básicas. Aprender sobre investimentos simples (como Tesouro Direto ou CDBs de bancos seguros). 🎯 Dica final Educação financeira é liberdade. Endividamento é escravidão moderna. Os bancos querem que você seja um "cliente eternamente pagador". O melhor protesto contra isso é se educar financeiramente e virar investidor, não devedor. Falo tudo isso como uma pessoa que no momento está escravizada e presa as dívidas, tudo o que foi dito acima eu queria ter aprendido há alguns anos. Antes tarde do que nunca, agora colocarei tudo em prática. A Bíblia nos alerta com sabedoria sobre o perigo das dívidas. Em Provérbios 22:7, lemos: "Quem toma emprestado é escravo de quem empresta." Quando vivemos endividados, nossa liberdade fica comprometida. Trabalhamos não para construir nossos sonhos, mas para pagar o passado. Em Romanos 13:8, o apóstolo Paulo nos ensina: "Não devam nada a ninguém, a não ser o amor." A verdadeira riqueza, segundo a Palavra, não está em possuir muito, mas em viver de forma justa, honesta e livre. Que possamos buscar sabedoria financeira e confiar em Deus para administrar com responsabilidade tudo o que Ele nos dá. Deuteronômio 15:6 "Pois o Senhor, seu Deus, os abençoará, como prometeu, e vocês emprestarão a muitas nações, mas de nenhuma tomarão emprestado." Dívida não é destino. Liberdade é propósito. 🙏 Que Deus te abençoe.
Maya Freitas
5/8/20241 min read
Compras, compulsão, finanças